sábado, 1 de fevereiro de 2020

Arcadia

Eu já era professor instrutor no Pronto Socorro da Santa Casa de São Paulo, em 1997. Pouco mais de cinco anos de formado. Uma residente da Dermatologia se acercou. Colombiana. Perguntei seu nome. Arcadia. 
Não pude evitar. Comentei, com alegria, em espanhol, aprendido durante os quatro anos que morei com meus pais e irmãos em Lima, que eu era admirador do escritor colombiano Gabriel García Márquez, autor de Cien años de soledad. Entusiasmado, repeti as primeiras linhas da obra, ainda na memória, mais de quinze anos após o primeiro contato: "Muchos años después, frente al pelotón de fusilamiento, el coronel Aureliano Buendía había de recordar aquella tarde remota en que su padre lo llevó a conocer el hielo.”
Mas o que realmente me entusiasmou foi seu nome: Arcadia. "Una colombiana con el mismo nombre que uno de los personajes principales del libro: José Arcadio Buendía.” A resposta da jovem foi ainda mais surpreendente: "Soy la sobrina de Gabriel García Márquez.” A partir daí, tivemos assunto para mais conversas em outros dias.
Meses depois, ao retornar de férias, chegou com presentes. "Notícia de un secuestro", com dedicatória: “Doctor Rubens, Gracias por su admiración. Recuerdos. Su amigo, Gabo. Junio 19, 1997. C/gena. C/bia.”
¿Dónde estará Arcadia? Me gustaría saber de ella.
Saludos de Rubens



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