As duas belas meninas sentadas em cadeiras azuis, diante da pequena mesa verde, sob a copa de uma árvore resistente, robusta, considerando o solo ressequido e duro e o clima seco do mês de julho. É de manhã, há sol e as sombras de galhos e folhas contrastam como a claridade do chão. Estão numa pracinha da favela, em frente ao “postinho”, construído pelos moradores há pouco mais de um ano. Outra mesa, ao fundo, servira há pouco para uma consulta no improvisado consultório ao ar livre. O fotógrafo, professor de medicina, ocupa cadeira semelhante.
Sobre a mesa, livros que as meninas folheiam, lêem, trocam. De vez em quando trocam palavras.
A cena captada e registrada poderia passar desapercebida, pois, à primeira vista, nada tem de extraordinária. Todavia, tornou-se incomum defrontar-se com crianças entretidas em livros e prosas, distantes de aparelhos celulares, mormente por tão longo tempo, visto que lá se vão uns quarenta minutos que ali estão a papear e a folhear as obras.
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